quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Há Esperança

No seguimento da descoberta feita por o CEAE a umas semanas atrás, foi contactado o Prof. Dr. Galopim de Carvalho, membro do Conselho Científico da Federação Portuguesa de Espeleologia e reconhecido especialista em paleontologia e icnopaleontologia, que se deslocou ao local no dia 10 de Novembro e confirmou a descoberta.

Aqui fica a noticia:



Tal como há 15 anos, quando foram encontradas as pegadas de dinossáurios herbívoros na chamada Pedreira do Galinha, foi um grupo de espeleólogos que descobriu os novos trilhos no concelho de Ourém.

Foi numa saída de prospecção no início de Outubro, como em tantas outras na serra de Aire, que um grupo de espeleólogos do Centro de Estudos e Actividades Especiais, da Liga para a Protecção da Natureza, se deparou com um trilho de pegadas. "Tinham aquela forma de três dedos, característica dos dinossáurios carnívoros, mas não queríamos afirmar que fosse algo novo porque não é essa a nossa área", contou ao DN o coordenador do grupo, Pedro Silva Pinto. Ontem, o professor Galopim de Carvalho confirmou o achado.

"No local estão a descoberto três trilhos com várias pegadas tridáctilas, com 60 a 70 centímetros de comprimento. À semelhança da Pedreira do Galinha, a rocha que guardou estas impressões fósseis é um calcário compacto, mais ou menos contemporâneo do daquela jazida, isto é, do Jurássico médio, com 170 a 175 milhões de anos", disse o geólogo, que ficou conhecido como o "homem dos dinossáurios" pelo papel que teve na sua divulgação em Portugal.

"Foi há 15 anos que espeleólogos da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, de Torres Novas, me alertaram para a descoberta da que se tornou uma das mais importantes e faladas jazida com pegadas de grandes dinossáurios herbívoros (saurópodes) que ficou conhecida por Pedreira do Galinha", lembrou. "Agora, foi igualmente um grupo de espeleólogos que descobriu, perto da aldeia de Pedreira, concelho de Ourém, não longe daquela jazida, uma outra mas, desta vez, de carnívoros (terópodes)", acrescentou. Através do trilho, os especialistas podem inferir as dimensões do animal, se era herbívoro ou carnívoro, e até a velocidade do progresso.

"Nós andamos no terreno, com os olhos no chão, à procura de grutas para explorar. Não é pois por acaso que fizemos esta descoberta", disse Pedro Silva Pinto, afirmando contudo que os espeleólogos ficaram "muito entusiasmados". No total, são cerca de 20 pegadas de carnívoros, sendo que o trilho principal tem pelo menos oito: "Podem existir mais escondidas, porque o estrato rochoso só está parcialmente exposto."

Os espeleólogos desconhecem quem são os donos do terreno. "Temos receio, porque vimos que estão a ser feitos despejos de entulho que podem danificar as pegadas. Podem não ter consciência do que lá está ou nem se interessar", lamentou Silva Pinto, que vai pedir ao Museu Nacional de História Natural um estudo das pegadas.



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