sexta-feira, 25 de novembro de 2005

25 de Novembro (fim do PREC)

Contextualizando um pouco, a 11 de Março de 1975 militares afectos ao General Spinola por uma ordem dada até hoje não se sabe por quem (suspeita-se até hoje de contra-informação revolucionária), tentaram fazer um golpe de Estado de modo a inverter o rumo que a Revolução estava a levar e impor um regime que muito provávelmente não seria nem carne nem peixe. Uma democracia feita a partir de elementos moderados da oposição e do antigo regime, sustentada pelo Exército e antigo patronato, no qual provávelmente os futuros serviços secretos do país seriam muito semelhantes em alguns aspectos à PIDE e em que as colónias teriam talvez de continuar em guerra contra Portugal, caso estas não aceitassem a "Comonwealth" à portuguesa do Gen. Spinola. O golpe foi um fracasso, com os elementos do PS, PSD e CDS (além dos EUA) a serem apanhados completamente desprevinidos, sendo completamente repelido pelas forças do exército afectas ao PCP e extrema-esquerda.
Do 11 de Março de 1975 ao 25 de Novembro do mesmo ano o país sofreu o período mais traumático da sua história, isto no que diz respeito à alteração da ordem social, estrutura da sociedade e economia. Foram os tempos do Verão Quente e do Gonçalvismo (este apesar de tudo um dos mais honestos e "naifes" do PREC - Processo Revolucionário Em Curso), onde as nacionalizações à grande indústria, banca, seguros, imprensa e a reforma agrária no alentejo mudaram toda a estrutura económica do país. Estas empresas perderam competência e eficiência nestas áreas todas, tendo-se tornado um pesado fardo para o Estado. Foram as primeiras empresas a serem privatizadas.... Portugal na mão de Melo Antunes, Mário Soares e Almeida Santos jogou fora séculos de História o interesse nacional e de portugueses ao dar de borla as nossas colónias.

Nem tudo foi mal na época, pois houve grandes avanços sociais que na alturam se justificavam devido à situação que se vivia. Estes avanços foram tão simples como por exemplo o subsídio de desemprego e o subsídio de Natal, isto para além da criação de um Sistema Nacional de Saúde (a questão hoje em dia em Portugal é como o SNS deve funcionar e não se deve existir ou não). Outras leis como a da Imprensa foram instituídas e coisa impresionante, pela 1ª vez na nossa história deixava de existir a figura jurídica do filho de pai incógnito, ou seja, bastardo!!!!

Foram realizadas as primeiras eleições livres em Portugal para a Assembleia Constituinte em que o PCP ficou em 3º lugar, com o PS e o PPD a ficarem em 1º e 2º lugares. O PCP não aceitou que estes resultados pudessem alterar o curso da Revolução e começou a sua luta de rua e sabotagem(em conjunto com a extrema-esquerda e a ala militar afecta). Os meios de comunicação social nacionalizados foram colocados elementos do PCP, o caso das expurgas do DN feitas pelo Saramago são o melhor exemplo. Onde o PCP não controlava, sabotava, como foi por exemplo no caso da Renascença e no República. As greves e manifestações de rua promovidas pelo PCP eram constantes e foi na rua que o Mário Soares enfrentou o PCP e nos bastidores com Frank Carlucci mais Sá Carneiro e o Grupo dos Nove (ala militar moderada do Conselho da Revolução) que o venceu. As contra-revoltas sucediam-se sendo os assaltos às sedes do PCP e o levantamento de Rio Maior os mais importantes. Com este cenário a ala extremista para consolidar o seu poder e depois de Rio Maior decidiu avançar para um golpe de estado. Era o que a ala moderada estava à espera, Ramalho Eanes comandou as tropas e em pouco tempo e sem derramamento de sangue os revoltosos foram dominados. O PR fez ver a Otelo Saraiva de Carvalho que não teria como vencer e o Álvaro Cunhal preferiu não dar apoio à revolta militar para não ser de seguida ilegalizado.

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