Vibora esculpida num penedo do Geres
Existem duas espécies de víboras no nosso país: a víbora-cornuda (Vipera latasti) e a víbora de seoane (Vipera seoanei). Enquanto a primeira tem uma distribuição generalizada por todo o país, a segunda restringe-se a uma faixa estreita no Norte. Caracterizam-se por possuirem dentes venenosos demasiado longos para permitir o encerramento da boca. Em situações de perigo, normalmente optam por fugir, mas podem morder com destreza quando se vêem encurraladas. Conhecem-se alguns casos fatais de mordeduras, apesar de não serem frequentes e de ocorrerem essencialmente com pessoas débeis, doentes, crianças e idosos. Mas existem antídotos específicos para estas espécies.
Apesar das características potencialmente perigosas destes animais, lembre-se que eles fazem parte dos ecossistemas, desempenhando papéis tão importantes como o controlo das populações de roedores e das doenças por eles disseminadas. O seu desaparecimento tem sempre consequências graves no equilíbrio natural, já tantas vezes instável. Para além deste aspecto, a impressionante e complexa constituição dos venenos abre perspectivas inquestionáveis na investigação médica, na pesquisa de novas substâncias activas com propriedades terapêuticas. Por todos estes motivos, estes animais não devem ser considerados como criaturas perversas e facínoras, mas devem ser respeitados por todas as funções benéficas por que são responsáveis.
Víbora cornuda
Víbora de seoane